2018-07-16
Exercícios
Novo efeito do HIIT no músculo esquelético
Que o exercício físico resulta em inúmeras adaptações, isso não é novidade para ninguém. Também não é novidade que diferentes formas de treinamento levam a adaptações específicas. Por exemplo, treinamento de endurance aumenta a aptidão física aeróbia, ao passo que a musculação aumenta força e hipertrofia musculares
O HIIT ganhou fama nos últimos anos, principalmente por ser relativamente superior ao aeróbio em termos de eficiência-por-tempo de treino. Embora já se sabia que o HIIT levava ao aumento da capacidade dos músculos de neutralizar ácidos (esse, aliás, é um mecanismo que explica porque sprinters têm mais resistência à fadiga em exercícios de alta intensidade), não se sabia ao certo quais adaptações no músculo levavam a esse aumento.
Pois nosso grupo de pesquisa acaba de concluir um trabalho que ajuda a esclarecer um pouco mais do que acontece em nossos músculos quando treinamos HIIT. Verificamos que, após 12 semanas de HIIT em bike (3x/semana), há um aumento de ~36% no conteúdo de carnosina muscular, o que não ocorreu no grupo que não treinou. A grande novidade é que esse estudo foi feito em vegetarianos, portanto indivíduos que não ingerem o aminoácido beta-alanina (principal fonte dietética de carnosina). Assim, podemos concluir seguramente que esse aumento é efeito do treino, e não da dieta. Mensuramos também carnosina em fibras musculares isoladas, e confirmamos que esse aumento ocorre tanto em fibras do tipo I, como em fibras do tipo II. Vimos também que o HIIT aumentou a capacidade tamponante do músculo em ~45%.
Fazendo as contas, concluímos que o aumento de carnosina contribui apenas com uma pequena parcela da capacidade tamponante, o que indica que ainda há muito a desvendar sobre os efeitos do HIIT sobre o músculo esquelético.
Referência: Painelli VS et al. HIIT Augments Muscle Carnosine in the Absence of Dietary Beta-Alanine Intake. Med Sci Sports Exerc. 2018 Jun 21. doi: 10.1249/MSS.0000000000001697. [ahead of print]
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